Dólar tem maior queda diária em um ano: 2,45%

Um dia depois de o Banco Central (BC) aumentar os juros básicos da economia, o dólar teve o maior recuo em mais de um ano. O dólar comercial caiu 2,45% na sessão de ontem (30), fechando em R$ 2,408 para venda. A cotação alcançou o menor valor desde o último dia 14, quando tinha encerrado em R$ 2,401. A queda de 2,45% é a maior registrada para um dia desde setembro do ano passado.

Apenas nos últimos três dias, a divisa acumula recuo de R$ 0,12 (4,56%). A cotação passou a acumular queda de 1,64% no mês. A alta da moeda norte-americana caiu para 2,14% em 2014. Nos últimos meses, as tensões associadas ao cenário internacional e às eleições presidenciais fizeram o dólar disparar.

No exterior, o Federal Reserve (FED), Banco Central norte-americano, reduziu os estímulos monetários à maior economia do planeta, fazendo o dólar disparar em todo o mundo. Na quarta-feira, o FED encerrou as injeções de dólares na economia mundial. No mercado interno, o dólar subiu nas semanas anteriores à reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Na segunda-feira (27), dia seguinte ao segundo turno, a cotação chegou a fechar em R$ 2,523, maior valor em nove anos. Nos dias seguintes, no entanto, a moeda norte-americana reverteu a tendência e passou a cair.

Decidida na quarta-feira (29) pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), a alta dos juros básicos para 11,25% ao ano ajudou a derrubar o dólar porque amplia a diferença das taxas brasileiras em relação aos Estados Unidos e torna o Brasil mais atrativo para os aplicadores internacionais.

Bovespa

A alta da Selic também influenciou a Bovespa, que encerrou a sessão de ontem em alta. Os ganhos das bolsas em Nova York também contribuíram para o forte desempenho do Ibovespa na sessão. No fim do dia, a Bolsa subiu 2,52%, aos 52.336,83 pontos. O volume de negócios somou R$ 12,979 bilhões. No ano, a bolsa tem alta acumulada de 1,61% e, no mês de outubro, baixa de 3,29%.

A bolsa abriu os negócios em alta, após os investidores reagirem positivamente à decisão do Copom de elevar a Selic. Segundo analistas, a decisão ajuda a resgatar a credibilidade do Banco Central, ao mostrar a independência da autoridade monetária. Os ganhos da bolsa foram liderados principalmente pela alta das ações do setor financeiro, após o Bradesco divulgar um lucro líquido contábil de R$ 3,875 bilhões no terceiro trimestre deste ano. No fim da sessão, as ações ON e PN do banco fecharam em 7,74% e 6,78%, respectivamente. O balanço do banco acabou impulsionando outros papeis do setor, como as ações PN do Itaú Unibanco (8,08%) e Banco do Brasil (+7,03%).

As ações da Petrobras também subiram, com a PN (+2,14%) e a ON (+1,85%) refletindo a expectativa de que a reunião do conselho de administração da empresa, amanhã, possa discutir um reajuste para os preços dos combustíveis, segundo operadores.

Entre as maiores quedas, os destaques foram as ações da Vale. No término do pregão, Vale ON (-4,28%) e PNA (-4,47%).

Fonte: Diário do Nordeste